segunda-feira, 11 de março de 2013

Elise

     
Sensores napoleônicos acadêmicos alpha setor 29


Dizem que há um tempo para tudo e estou aprendendo a ver os sinais da natureza.  O fogo queima as cartas de entes queridos de outra vida, enquanto a bruxa está na floresta se preparando para o próximo jantar de gala. As crianças crescem e perdem a inocência, mas, ás vezes a pureza nunca morre. A pureza e virtude maior é amar. É. Sempre foi e sempre será.
Ouço o vento lá fora gritando o armagedom. Talvez seja o sangue em minhas mãos quando me corto para sentir menos dor dentro de mim. No final eu sei que nada adiantou. A morte sorri para a vida sendo a inversão do tempo.
Alguns testam a paciência dos santos. Alguns matam e esquartejam os anjos fazendo deles bonecos do Deus que se perde no próprio universo que criou.
Não consigo segurar as lagrimas da forma que alguns conseguem. Ás vezes elas parecem fogo, quem sabe ácido. Vivendo nessa sociedade miserável a gente vai morrendo aos poucos.  A vontade que existe é pôr uma mochila nas costas e aventurar-se pelo mundo conhecer as mais lindas paisagens, deixar o canivete de lado (na verdade levá-lo para quem sabe descascar alguma maçã que encontrar pelo caminho) e levar um farolete para iluminar as noites de neblina vagando pela estrada tendo como único destino ser absolvido pela natureza e a iluminação de que ela é capaz de prover ao individuo que permitir-se encontrar Deus (A energia que constitui o universo e forma uma cadeia, um ciclo) em cada gota de chuva sopro do vento, azul do céu, pássaro nas árvores pequenas formigas nas trilhas do mato, neblina da madrugada. 

Sair da inercia do estado vegetativo, mas, temos responsabilidades, não podemos sair por aí deixando os pés nos levarem para onde eles quiserem e os olhos nos guiar, pois, existe família, amigos aqui que precisam de nós, pessoas que não podem ficar sem uma palavra amiga, ou, um abraço forte, um beijo apaixonado. 

A carta em minha alma vai sendo escrita. Uma carta de despedida. Nela relato o que odeio e amo na vida. 

A sociedade é tão distorcida que nem é uma sociedade.

“I'm lost in a forest, all alone”.

Dentro da floresta sozinho sentindo o desespero posso ver que os corvos me esperam observando cada passo meu. Ainda se alimentarão com minha carne. Imagino meu coração no bico de um deles. O sangue escorrendo chegar ser um alivio. A viajem em minha mente começa como assistir Mágico de OZ sincronizado com o álbum Dark.Side.Of.The.Moon do Punk Floyd.  Dorothy avista os alienígenas no céu nublado, meus olhos se fecham por um instante como a um leão covarde. Abro os novamente o sangue em minhas mãos é como tinta. Acordo. A floresta ainda está aqui, mas, agora é feita de concreto onde os animais caçam, roubam, picham muros e usam armas de fogo.
A guerra frenética do capitalismo. Um instante de paz no momento de consumo é a droga injetada em nossos cérebros assim que ligamos o televisor e vemos as falsas propagandas no mundo virtual.
 E a mundo tal como o qual o conhecemos não existe. O tempo é só uma invenção. A Bíblia uma mentira descarada.


E Se um dia tiver uma filha ela se chamará Elise...



 By: Bruci Fernandes





Nenhum comentário:

Postar um comentário