terça-feira, 12 de março de 2013

Alavanca






Dormência

As pessoas entram e saem do ônibus
Os corpos se encostam se esquentam, se esfriam.
Minha cabeça pende para o vidro da janela
Sempre senti vontade puxar
A alavanca da saída de emergência...
Mas, isso precisaria de um acidente.
Não sou tão apocalíptico assim.
E esses olharem que se cruzam
Esses corpos que se compreendem e se anojam.
De tudo isso há o espanto da condição de viver.
Na minha frente uma cabeça que olha a estrada
Do meu lado mulheres conversam
E é tão incrível saber que
Alguns homens matam pelo desejo
Que possuem por elas.
Meu olhar se perde nas árvores da estrada
Ignorando o que meu corpo fala.
Ás vezes a vida parece apenas uma falácia,
N'Outra a mais delicada poesia.
Conheço tanta gente morta em vida
Apesar da beleza das flores no jardim.
As escolhas possuem preço
Ás vezes alto demais
Se o cansaço não me dominasse
Andaria a pé por essa estrada
Sonho acordado
Meus olhos pesam e adormeço.

By: Bruci J. Fernandes


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