Dormência
As pessoas entram e saem
do ônibus
Os corpos se encostam se
esquentam, se esfriam.
Minha cabeça pende para
o vidro da janela
Sempre senti vontade
puxar
A alavanca da saída de emergência...
Mas, isso precisaria de
um acidente.
Não sou tão apocalíptico
assim.
E esses olharem que se
cruzam
Esses corpos que se
compreendem e se anojam.
De tudo isso há o
espanto da condição de viver.
Na minha frente uma
cabeça que olha a estrada
Do meu lado mulheres
conversam
E é tão incrível saber
que
Alguns homens matam pelo
desejo
Que possuem por elas.
Meu olhar se perde nas
árvores da estrada
Ignorando o que meu
corpo fala.
Ás vezes a vida parece
apenas uma falácia,
N'Outra a mais delicada
poesia.
Conheço tanta gente
morta em vida
Apesar da beleza das
flores no jardim.
As escolhas possuem
preço
Ás vezes alto demais
Se o cansaço não me
dominasse
Andaria a pé por essa
estrada
Sonho acordado
Meus olhos pesam e
adormeço.
By: Bruci J. Fernandes
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