Caixa Postal
Eu não me importo
Que você me deixe
esperando
Contanto que venha com
aquela minissaia preta
E os cabelos soltos
Não suporto ficar
falando ao telefone,
Mas, fico feliz de te
ouvir
Quando está cheia de
vida e alegria em cada palavra dita.
Sim, meu amor, eu estava
por louco de bêbado
Quando te liguei ontem à
noite
E disse que te amava
enviando também mensagem no celular
E reparou que mesmo
assim escrevi com português correto
E com frase bem
construída?
Eu estava com alguns
amigos
Eles falavam de sexo,
garotas, filmes,
Comiam, bebiam e eu
pensava em você.
Dentro do metro na volta
para casa eu passei do ponto
Dormi com a boca aberta
Um velho me acordou
Um velho hábito de babar
e pender com a cabeça para frente
Doeu cair de joelhos no
chão
Era tarde
Pouca gente no vagão
A garrafa se quebrou
Sangue quente em minhas
mãos
Quando andava a noite
assim assado
Torto, tonto, sombrio.
Vomitei no beco aqui
perto
Uma prostituta me pediu
um cigarro
Eu dei o maço inteiro,
sabe lá por que.
E subi cambaleando pela
escadaria
Deitei do jeito que
cheguei
Olhei seu retrato na
escrivaninha e adormeci
Sonhei contigo com
aquela lingerie vermelha
E aquela camisola de
flores pretas
Acordei sabe... Eu
estava feliz
Sem lembrar muita coisa da
noite anterior
Eu te amei em cada
segundo de sua ausência
Mas, agora você não
atende mais o telefone.
Caixa postal, apenas
caixa postal.
A tarde cai, sem
noticias.
Até que o telefone toca
E ouço-me dizer que está
tudo acabado.
By: Bruci J. Fernandes
Nenhum comentário:
Postar um comentário