terça-feira, 12 de março de 2013

Caixa Postal






Caixa Postal

Eu não me importo
Que você me deixe esperando
Contanto que venha com aquela minissaia preta
E os cabelos soltos
Não suporto ficar falando ao telefone,
Mas, fico feliz de te ouvir
Quando está cheia de vida e alegria em cada palavra dita.
Sim, meu amor, eu estava por louco de bêbado
Quando te liguei ontem à noite
E disse que te amava enviando também mensagem no celular
E reparou que mesmo assim escrevi com português correto
E com frase bem construída?
Eu estava com alguns amigos
Eles falavam de sexo, garotas, filmes,
Comiam, bebiam e eu pensava em você.
Dentro do metro na volta para casa eu passei do ponto
Dormi com a boca aberta
Um velho me acordou
Um velho hábito de babar e pender com a cabeça para frente
Doeu cair de joelhos no chão
Era tarde
Pouca gente no vagão
A garrafa se quebrou
Sangue quente em minhas mãos
Quando andava a noite assim assado
Torto, tonto, sombrio.
Vomitei no beco aqui perto
Uma prostituta me pediu um cigarro
Eu dei o maço inteiro, sabe lá por que.
E subi cambaleando pela escadaria
Deitei do jeito que cheguei
Olhei seu retrato na escrivaninha e adormeci
Sonhei contigo com aquela lingerie vermelha
E aquela camisola de flores pretas
Acordei sabe... Eu estava feliz
Sem lembrar muita coisa da noite anterior
Eu te amei em cada segundo de sua ausência
Mas, agora você não atende mais o telefone.
Caixa postal, apenas caixa postal.
A tarde cai, sem noticias.
Até que o telefone toca
E ouço-me dizer que está tudo acabado.

By: Bruci J. Fernandes

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