domingo, 29 de abril de 2012







Tristes montanhas ao norte,
Ninguém vai lá, ninguém sobe ao topo delas.
Por que eu não vou?
Deve estar me perguntando...
Bem, na verdade, estou indo, só que você não percebeu...
As pessoas não veem mais os detalhes do caminho
E deixam passar até mesmo o que sempre buscavam
Num momento como esse, ou seja,
Algo no que acreditar...
De onde vim, deve estar se perguntando,
-De onde eu vim? Eu me pergunto...
Tome um vinho comigo, caro amigo,
Jogar conversa fora ás vezes é bom, não é verdade?
Mas... Será que realmente existem conversas jogadas fora?
Ás vezes penso sobre isso, meu amigo,
A gente não diz nada só por dizer, diz?
Não me lembro da última vez que o fiz---




Lembro como se fosse ontem das vezes que ouvia essa música. Eu ia para meu primeiro emprego com ela em mente. Era como me sentia apenas eu e minhas sombras. Um coração solitário nas ruas. Como estou atrasado, outro dia escrevo mais sobre isso. Tenho um encontro de RPG agora e vou lá esquecer que o mundo existe, pelo menos um pouco.

By: Bruci Fernandes (Raizen Nox Fenris)






                                                   ---Profundezas---



Uma profunda tristeza me abateu esta tarde.
E passei o resto da noite fechado dentro de mim mesmo.
Eu não sei por que me sinto assim tão perdido...
Talvez seja falta do que fazer...
As ruas não passam de labirintos.
Um Minotauro está com o estômago vazio de fome
E é a nossa carne que almeja devorar...
Em seus olhos eu pude ver a verdade fluindo como às águas de um rio.
Apenas ignorei o que havia percebido...
E isso foi o meu derradeiro fim...
Nas profundezas de mim mesmo,
Encontro um menino solitário e morrendo de frio.
Ele está num canto escuro e acorrentado aos seus desejos.
Está alheio ao Elísio do outro lado do quarto.
Um olhar perdido e disperso...
À noite sonhei com algumas pessoas enforcadas nos galhos de uma imensa árvore.
Acordei de repente num súbito lacrimejar dos olhos castanhos.
Eu não falo mais de amor por que ele morreu quando arrancaram meu coração...
Mas, ainda falo de flores e dos pássaros nas árvores que seguem a estrada...
Eu andava sozinho numa rua silenciosa, quando vi uma flor.
A flor mais bonita que já vi...
Mas não pude trazê-la comigo, isso a faria morrer.
Quando passei no outro dia na mesma rua, não vi mais a flor,
Alguém a arrancara e levara consigo...





By: Bruci Fernandes (Raizen Nox Fenris)

sábado, 28 de abril de 2012





  

 Limiar


 

Senti pulsar meu coração flamejante
Decidido a caminhar para longe
Por vasta terra de pó e concreto
Ás cegas, no escuro da própria alma
No limiar da vida e da morte.
Exausto, embriagado no saber e razão.
Da ignorância do ser e estar
Condenado as trevas dos sonhos ilusórios
E do mundo triste e frio
Repleto de dores e dúvidas.
Sangrando pelas ruas nos olhos
Buscando no céu o colapso.
Ó vida por que tu és morte?
A mesma morte de Eras.
A mesma agonia dissipante de estímulos.
Estende-se na encruzilhada todo temor
Toda dúvida em engrenagens de rancor e afeto.
Ó vida por que tu és morte?
Asas feridas por foice de promessas não cumpridas.
Em seco engulo, e caio perante meu próprio abismo.






By: Bruci Fernandes (Raizen Nox Fenris