Fauno
Muito provavelmente esse A de Anarquia desenhando na parede
deva significar muito mais do que parece... Existem tantas regras idiotas e
desnecessárias que já perdi a conta das lágrimas que derramei por essa
insatisfação.
O que eu posso fazer para mudar o mundo? Sinceramente não
sei e nem tenho certeza que seja possível uma grande revolução. Tudo acaba
sendo lento e doloroso...
Faz tempo que não paro para escrever nada. Nem sei se
realmente escrevo algo relevante que seja e nem sei por que resolvi escrever
algo agora nessa manhã de Janeiro. Ah sei sim. Existem muitos demônios
precisando ser exorcizados. Não busco alimentá-los eles existem de qualquer
forma independente de minha vontade. Que saber de uma coisa? (Sei que não quer)
não quero falar de nada agora em relação a isso (E para quem me direciono
aqui?). Quero falar da imagem de flores que vieram em minha mente agora que
olhei para trás e vi os livros na estante.
Há um labirinto em algum lugar de minha mente onde meu ser
ora se perde num buraco escuro ora num canto repleto de espinhos. Ás vezes
encontro flores lindas fazendo o chão tornar-se um verdadeiro tapete vivo,
n’outras vezes é uma tormentosa areia movediça. O sol não nasce nesse pântano.
O monstro sou eu...
O labirinto que aqui descrevo é uma passagem entre meu
corpo, alma e mente. Meu coração está no centro e as veias que bobeiam sangue
para adoece a cada dia mais. Preocupo-me demais com as pessoas e esqueço-me de
mim mesmo.
Estou sendo vago e me perdendo na própria linha de
pensamento. Não. Não estou. Estou é tendo dificuldade de expressar tudo o que
se passa em minha mente---Coração, por favor, não interfira--- E quanto mais os
segundos passam mais escrevo sem nada a dizer. Aliás, me expressei mal há o que dizer, mas,
não estou conseguindo. Acordei meio Ian Curtis...
E lá vou eu ouvir Joy Division novamente.
Isolamento. Chego acreditar que estou precisando de um novo
isolamento. Um tempo para ficar as sós com meus próprios pensamentos. Um tempo
de solidão necessária. Por outro lado a gente sempre olha pela janela...
“O que há de errado comigo? Não consigo encontrar abrigo”.
Tenho escrito muito pouco há muito tempo. Tenho estado
distante de tudo e mais próximo de mim mesmo. Por mais perdido que esteja ainda
consigo olhar as árvores sendo sopradas pelo vento e notar que os pingos de
água caindo na superfície da piscina podem parecer que o fluxo de ar está vindo
de debaixo e que a pressão não é exatamente de cima. Por que me importo tanto
com isso? Com essas divagações? Há um espaço em branco em mim que é mais negro
que o céu azul do paraíso... ????????
Loucuras que escrevo sabe lá por qual motivo. Ás vezes
ponho em xeque a poesia...
Vontade de escrever errado sem ponto nem vírgula sem nada
dizer dizendo muito do meu ser pensando na vida e na morte como sempre como se
viver fosse apenas isso apenas um suspiro momentâneo de orgasmo de prazer e dor
de sabores açucarados de insanidade doce de suicídio feito com penas de corvos
e asas de borboletas.
Saudades de quando deitava em certos túmulos do cemitério
observava as borboletas. Sentia-me próximo dos mortos, mas, não os
mortos-matéria, mas, sim, almas que vagam de um lugar para outro como plumas
sendo levadas pelo vento mais suave da tarde mais serena. Há algo em mim próximo
da loucura, talvez esse seja o lado que mais gosto. O lado Drummondiano que
caminha com os mortos do seu lado esquerdo que poetiza as pedras no caminho
caçando mentes... Caçador de mentes? Sou
caçador de mentes como uma amiga minha o é? Acho que não. Sou um lobo
adormecido talvez, escrevendo por escrever tentando acordar de minha
hibernação.
Há Algo de lindo na manhã de hoje. Esse tom molhado que a
terra está (Como posso ver se estou trancando no quarto? Acho que é aí que
entra o nosso sentido intuitivo...) pelo orvalho da madrugada e chuva da noite
que passou.
Dançando com as sombras. Estou dançando com elas. Ritmo
tonteante devaneio da alma. No centro da cidade a violência toma conta das mentes.
Num canto escuro eu encontrei a verdade... Agora eu entendo que sem muito menos
que imaginava e sei tão mais que qualquer outro... Esqueça! As sombras são o
véu da alma do mundo a proteção necessária do divino que há na existência da
vida. Toda e qualquer vida. Danço com as sombras como se fosse meu ultimo dia
na Terra como se não houvesse mais nada a fazer como se apenas restasse apenas
eu no mundo apesar de ouvir o som de carros lá ao longe no mais distante da rua
de cima de casa...
Estou exagerando nos “Há”, nas reticências? Estou sendo o mais puro possível para sombras
bailarem em paz na alucinada visão apocalíptica do dia de amanhã que nada mais
é que o passado por si só nada mais é que o tempo inexistente um fluxo
interligado de Oroboros que o fogo consome em si mesmo. Chamas da destruição
eminente.
“Pessoas são estranhas quando somos estranhos”.
Anjo me devore
Pouca importa sua
origem
Me transforme
Sou sua mais insana
sombra virgem
Pecadora
Fogo-gelo
Algo em meu olhar se
perde
Muito em minha vida
transcende
A pura existência
Ogro devoto em
aparência
Anjo me devore
Coma minha carne
Ondula minha mente
Leve minha alma para o
circulo
Que melhor se enquadra
aos meus pecados
Faça de mim instrumento
de seu bel-prazer
Estou insano demente
pecador
Sem forças para
respirar o ar puro da manhã
Sem vontade de rir de
si mesmo.
Gelo-Fogo
Se perde algo em meu
olhar
Transcende minha vida a
existência.
A merda fede, mas, é
minha narina que o sente,
Meu cérebro que se
importa
E meus olhos que
transforma a merda em merda.
Doce morte dance comigo
a dança das sombras
Anjo me leve pelas mãos
Jogo xadrez comigo e
teste minha paciência
Faça de minha loucura
paz
Inferno e céu que nossa
mente cria.
Lobo sombrio 1984
As palavras balançando na rede descobrem por si mesmo seu
ritmo. Nada faço de significativo nada escrevo que faça sentido? Misturo as
palavras por falta do que fazer. Teimosia em não ser capaz e ainda sim
continuar a escrever.
Minha mão se afasta do teclado.
By: ~☥Raizen Nox Fenris Lawlie†☥~
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