sexta-feira, 28 de outubro de 2011



Sonata Noturna (Carta á uma antiga amiga)

Estou aqui no escuro do meu quarto na mais completa escuridão, apenas com a luz da tela do PC, ouvindo a Alma do mundo, ou seja, estou no "silêncio", onde apenas ouço os ruídos da noite, os barulhos das teclas e um som que me faz ver que a noite tem vida própria. Não está muito frio hoje, mas, estou com uma blusa preta onde costurei um pedaço de camiseta velha com o símbolo do álbum V da Legião Urbana (aquele que tem a faixa Metal contra as nuvens). Acabei adquirindo o hábito de dormir de meia, coisa que não fazia antes. E creio que pelas fotos você percebeu que eu tingi meu cabelo de vermelho a cor com a qual me sinto melhor. Agora tenho uma cama de solteiro no quarto, não estou mais dormindo sobre o colchão no chão como o estava antes, mas, não consegui uma cama de casal, mas, melhor assim, pois, dormir numa cama de casal toda noite sem uma pessoa que me ame seria uma tortura muito grande. Eu passo o dia inteiro no quarto, isolado do mundo, deitado na cama, ouvindo música, lendo ou assistindo algum anime ou filme que faço download. Ante ontem eu assisti o filme O Labirinto no qual o David Bowie participa. Muito bom o filme, um verdadeiro clássico. E a canção tema é linda.
Ao som da banda Xasthur, me imagino agora num cemitério repleto de lápides e monumentos como anjos de asas longas sobre epitáfios e uma casa ao longe no horizonte, rodeada de árvores secas por causa do inverno e uma neblina se formando. Posso sentir as almas perambulando pelos cantos e frestas, mesmo que meus olhos não possam vê-las, sei que estão ali e algumas me olham, porém, não me veem como um intruso, mas, como alguém que tem mais consciência da morte que as outras pessoas, talvez, por ser misantropo e desprezar a humanidade. Sinto uma espécie de vergonha de ser humano, ter nascido um ser triste assim. Felizmente, sei que sou diferente dessas outras pessoas que caminham por aí achando que são felizes ou que mentem para si mesma o tempo todos e principalmente para os outros. Só os espíritos mais evoluídos sabem o valor da verdade e sinceridade. Não há nada mais honroso que sempre ser sincero consigo mesmo e para com aqueles que merecem nosso carinho, amor e respeito.

Vigia meu passo uma sombra taciturna.
Algo se esconde por d'trás da lápide enfeitada com rosas.
Ouço uma triste fúnebre sonata noturna.
E os mortos cantam seus pesares em verso e prosa.

A brisa sopra os galhos secos das árvores nessa noite.
Um corvo negro sobrevoa o cemitério.
Posso sentir o ceifador e sua foice.
E ao longe um grito cadavérico.

Existe beleza na morte.
Sim, existe beleza na morte.
E eu espero por ela
E que ela venha até mim quando minha hora chegar
Comigo abraçado, com meu eterno amor,
Enquanto durmo minha última noite na terra
Para assim novamente voltar e reencontrá-la
No momento esperado, na hora certa.







2 comentários:

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  2. a tristeza, assim como a morte tem sua beleza. Apesar der ser pesarosa, nela refletimos e nos encontramos de uma forma como em nenhuma outra emoção. as lembranças são necessárias para que não esqueçamos o quanto vivemos e aprendemos ao longo de nossas vidas. A melancolia pode doer às vezes, mas sempre nos prepara pra algo maior.

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